9 de junho de 2009
O medo... O que fazer?
Alarme!
O medo é uma reacção natural, quando nos encontramos em situações que podem tornar-se perigosas. O suor, o aumento do ritmo cardíaco e respiratório, a tensão muscular, etc., preparam-nos para reagir perante uma situação inesperada. As crianças, quando sentem medo ou temor de alguma coisa, reagem chorando ou gritando. Desta forma chamam a atenção dos adultos, que são os que se encarregarão de fazer frente a um possível perigo.
A reação dos adultos é muito importante para elas, visto que eles são o modelo a seguir. Assim, elas vêm que diante de algumas coisas que lhes pareciam terríveis, tais como um petardo ou um trovão, os adultos estão tranquilos e chegam mesmo a rir-se, vêm que não se trata de um perigo terrível, de modo que podem acalmar-se, porque os adultos, que são os responsáveis pelo seu bem-estar, não têm medo. Perante situações perigosas, há que ensiná-las a ser prudentes, mas sempre com reacções proporcionais ao tipo de perigo que aquelas situações representam.
Lista de medos
Cada criança é única, por isso, as coisas que assustam as crianças e a idade em que cada medo se manifesta variam muito de criança para criança, e até mesmo de uma cultura ou esfera social para outra. Ainda assim, regista-se uma relação muito generalizada entre a idade e o aparecimento de determinados medos. A lista seguinte pode servir como orientação:
* Até à idade de um ano, as crianças pequenas têm medo dos estímulos intensos e de tudo o que é desconhecido para elas, como, por exemplo, as pessoas. O medo das pessoas desconhecidas, em geral, diminui até ao ano e meio de idade.
* Entre os 2 e os 4 anos surge o medo das trovoadas, dos animais e das catástrofes. Essa também costuma ser a idade em que as crianças começam a ter medo do escuro, medo esse que normalmente desaparece até aos nove anos.
* Entre os 4 e os 6 anos aparece o medo dos monstros imaginários, como as bruxas e os fantasmas e o medo da separação dos pais.
* Entre os 9 e os 12 anos os medos distintos estão mais relacionados com as coisas do quotidiano, tais como os acidentes, as doenças, os conflitos com os pais, o insucesso escolar, etc.
Que podemos fazer para prevenir o medo
É muito importante vigiar o tipo de modelo que representamos diante das crianças, uma vez que este é o primeiro exemplo de comportamento que elas conhecem. Face a um perigo real, há que educá-las para que sejam prudentes, evitando contudo a superprotecção. A aprendizagem pode comportar um certo grau de temor: conhecer gente nova, aproximar-se de um animal desconhecido, subir umas escadas especialmente altas… Diante de qualquer situação desconhecida, a criança pode sentir um pouco de medo. É enfrentando esse temor que se aprende e se assume que se é capaz de o dominar. Por outro lado, é muito importante não utilizar o medo como ferramenta educativa, ameaçar uma criança com um monstro que virá se ela não se portar bem, fechá-la num quarto às escuras, etc.
O que devemos fazer face ao medo
Quando uma criança se sente atemorizada, devemos evitar rir-nos dela ou do seu medo. Há que desdramatizar a situação, mas tendo sempre em atenção que isso está a assustar a criança. Não devemos compará-la com outras crianças que não têm medo, nem falar diante de terceiros dos medos da criança e de como isso nos preocupa. Também não devemos obrigar a criança a enfrentar de forma brusca aquilo que ela teme, nem ameaçá-la e lembrar-lhe o seu medo. Ao fim e ao cabo, não temos que dar uma importância excessiva ao medo infantil, mas devemos, isso sim, respeitar o que a criança sente e evitar ridicularizá-la sozinha ou em frente de terceiros.
Fonte: http://historiasparaosmaispequeninos.wordpress.com/2008/02/14/o-medo-guia-para-os-pais-2/
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